Varias histórias

Machado de Assis, além de ser conhecido pelos excelentes romances, é exímio na criação de contos, esses são verdadeiras portas de entrada para o primoroso mundo narrativo do autor. O conto machadiano é uma arte de pormenores, nele o leitor tem contato com a sutileza na escrita, os traços de ironia, a descrição de personagens ímpares, além de um cenário único do Rio de Janeiro do século XIX. Em Várias histórias, particularmente, estão alguns de seus contos mais famosos, como “A cartomante”; “Uns braços”, “Um apólogo”, entre outros.

Esaú e Jacó

“Esaú e Jacó” é marcado pelo tom sarcástico e, ao mesmo tempo, pelo cinismo do Conselheiro Marcondes Aires, que testemunha os percalços enfrentados por Natividade, a mãe de Pedro e Paulo: gêmeos, bem-sucedidos e inimigos. Ao longo da história, pontuada por episódios os mais divertidos, percebe-se a maestria do escritor em revelar o comportamento de determinados tipos sociais na Corte, no final do século XIX. O romance tem sido objeto crescente de estudos por parte da crítica machadiana, que deve alçá-lo ao merecido lugar de destaque em nossa literatura realista. Marcado por uma série de intrigas, eis um dos livros mais enigmáticos de Machado de Assis, denso e crítico a um só tempo.

Quincas Borba

“Quincas Borba” é considerado um dos melhores romances de Machado de Assis, consolidando a chamada segunda fase machadiana, iniciada com a publicação de “Memórias póstumas de Brás Cubas” (1881). Marcas
registradas de suas criações, Machado faz uso do pessimismo e da ironia para criticar os costumes e a filosofia de seu tempo, parodiando o cientificismo e o evolucionismo da época, bem como o positivismo de
Comte e a lei do mais forte, com uma prosa bemhumorada e de altíssima qualidade. O livro retrata a figura de Pedro Rubião de Alvarenga, um modesto professor que herda do dia para a noite a fortuna de seu amigo
Quincas, passando de professor a capitalista.

Helena

Helena (1876) é um romance diferente na primeira fase de Machado de Assis, pois, embora tenha inspiração romanesca e o próprio autor reconheça que foi uma fase mais ingênua de sua criação literária, ele foge do romantismo melancólico, optando pela tragicidade na vida da protagonista. Helena após a morte de seu pai não biológico fica destinada a viver numa nova casa com uma nova família, a qual não sabia de sua existência. O mote é o segredo de Helena, que após ser descoberto culmina
com um desfecho inesperado pelos leitores. Machado de Assis foi um assíduo observador dos costumes e da condição humana, e Helena é um retrato analítico do drama da mulher no século XIX.

Dom Casmurro

“Dom Casmurro” é o romance mais famoso e polêmico de Machado de Assis. Ambientado no Rio de Janeiro do século XIX, é narrado por seu protagonista: Dom Casmurro, um velho solitário e frustrado que, em virtude de sua “simpatia”, recebe esse apelido de um conhecido. O personagem busca, por meio da narrativa, rememorar e compreender fatos do seu passado, principalmente os que envolvem uma mulher: Capitu, a personagem mais intrigante e misteriosa da literatura brasileira. A polêmica toda se centraliza em uma dúvida: Capitu é ou não é culpada de adultério? Os fatos até podem indicar que sim, mas o leitor não pode deixar de atentar para um fato: Bento Santiago – o Dom Casmurro –, além de narrador, é advogado. Não teria ele todos os atributos intelectuais para envenenar a narrativa, de modo a levar o leitor a condenar Capitu?

Contos essenciais

Nesta edição, por ser um convite à leitura, procurou-se colher amostras representativas nas coletâneas de contos organizadas em vida pelo autor. Além disso, incluíram-se contos publicados em periódicos, mas que não chegaram a compor livros, enquanto Machado viveu. Sendo um autor de estatura universal, muito do
que Machado de Assis escreveu pode nos levar à reflexão, se não estabelecer incômodos, por nos vermos parcialmente representados nas ações, justas ou questionáveis, de suas personagens. Mas, o leitor não desanime: em diversas ocasiões, o que pensamos sobre determinadas coisas está contemplado no
comentário sutil de seus narradores. Resta saber se podemos dar-lhes crédito.

O Alienista / Casa velha

Em O Alienista, Machado de Assis discute o tema da loucura numa sociedade repleta de máscaras e dissimulações. Casa Velha conta a história de Félix, um filho bem-nascido e super-protegido por sua mãe, Dona Antônia, e de uma jovem, Lalau, de condição social inferior.

Contos Fluminenses

Conto é uma breve narrativa ficcional, geralmente em prosa. Alguns dos maiores nomes da moderna literatura ocidental se expressaram por meio do conto, gênero literário que se caracteriza por sua agilidade e poder de concentração. A figura máxima do conto brasileiro, nos moldes clássicos, é Machado de Assis. Desde suas primícias literárias, distinguia-se por um conjunto de qualidades: concisão de pensamento, sutileza de idéias e sobriedade de estilo, que o habilitaram a exercer perfeitamente a engenhosa arte do conto. Contos Fluminenses (1870), selecionados pelo próprio Machado de Assis, engloba sete narrativas, entre elas Miss Dollar, um dos seus contos mais conhecidos.

Crônicas Selecionadas

As crônicas de Machado de Assis começaram a ser publicadas por volta de 1850 e vão até o início do século XX. Em seu registro do cotidiano, dialoga com seu tempo, abordando as questões candentes do período, com sua marca registrada — a sutil ironia.

Esaú e Jacó

Os temas nas obras de Machado de Assis são sempre atuais e podem ser compreendidos por qualquer cultura, pois sempre envolve a essência da alma humana. O romance conta a trajetória da vida de dois irmãos gêmeos, Pedro e Paulo, e suas diferenças.